"Sim o coração dele batia como um louco e sim eu disse sim eu quero Sims"

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Crítica: Intérpretes generosos traduzem com elegância um clássico de James Joyce



LUIZ FERNANDO RAMOS
CRÍTICO DA FOLHA
Literatura viva. "Ulisses Molly Bloom - Dançando Para Adiar", montagem da Companhia Estrela Dalva, adapta o célebre romance de James Joyce (1882-1941) sem encená-lo todo, mas dando vida a seus personagens centrais.
Os dramaturgos Lucienne Guedes e Márcio de Castro mantiveram a estrutura do livro, que narra um dia na vida de Leopold Bloom. As cenas não se configuram por diálogos e sim por falas isoladas e pelas ações físicas.
O espetáculo se concentra no próprio Bloom e em sua esposa Molly, que fica em casa quando o marido sai, de manhã, para um périplo que só terminará à noite. No retorno à casa ele reencontrará Molly na cama, onde ela teria, na sua imaginação, passado o dia com um amante.
A direção de Marcelo Gianini dá conta da narrativa básica sem precisar de nenhum didatismo. O texto de Joyce não soa literário e se encaixa bem nas atuações desenhadas.
Paulo Gircys, como um Bloom entre palhaço e patético, é o tempo todo assombrado pelas aparições de uma exuberante Molly, na pele da atriz Lígia Helena, figura de delírio, que oscila entre ser doce e selvagem.
É notável como uma encenação tão simples, apenas com uma direção de arte elegante e intérpretes generosos, consiga a proeza de traduzir em miúdos uma obra literária tão complexa.
ULISSES MOLLY BLOOM
QUANDO sex., às 20h, e sáb., às 16h; até 27/10
ONDE Casa das Rosas (av. Paulista, 37, tel. 0/xx/11/3251-5271)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom
(Folha Online: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1159793-critica-interpretes-generosos-traduzem-com-elegancia-um-classico-de-james-joyce.shtml)

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